segunda-feira, 19 de maio de 2014

A CURA




   O jardim dos amantes habita no chão da cumplicidade, no céu das tempestades, no breu das decisões. Entre cada deserto ou oásis que a vida proporciona, a verdadeira importância dos românticos persiste nos gestos mais simples. Abraço que fortalece; afago que renova; olhar que confessa; bobagem solta no momento certo. Seriedade que mesmo desagradando, constrói.
   Querer amar sem sofrer é edificar um edifício arenoso, pois tal sentimento une de uma forma inexplicável, almas diferentes em um elemento comum que nunca será o mesmo, mas movido pelo adubo da sua diferença. O amor forja corações dependentes da presença; desejos que só completos quando divididos. Semeia uma árvore complexa que floresce ou se compadece numa mesma orquestra. A dor da raiz é a do caule; das folhagens; do solo. Os frutos nada mais são do que o resumo das partes.
    A joia mais viva e cristalina, sem preço, atualmente é artigo em liquidação.

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